Pátria amada

A pátria amada, outrora tão colorida, gentil, festiva e feliz não se preparou para o que deveria ser a maior das festas.
O povo já calejado e cansado seguiu comendo o pão, mas não reverenciou o circo.
O sentimento misto e confuso ante o amor ao esporte ou o repúdio aos seus mandatários, calou o samba, ocultou o flamejar das bandeiras nos carros e nas casas e impediu que o país se pintasse numa linda aquarela novamente.
Sofrendo, a nação cresceu. Hoje, mais tristes e descrentes, aprendemos a cobrar as falsas promessas, o descaso descarado.
Não queremos mais a esmola fácil, o discurso leviano, a festa efêmera.
Estamos de luto, mas não mortos e, portanto não se enganem: O canarinho está rouco, mas não deixará de cantar ou voar.
Nosso plano de voo está sendo traçado e essa sim será uma grande festa! O amarelo e o verde voltarão para as ruas.
Nosso hino será entoado com força e alegria calando as vozes dissonantes que tentaram nos calar por algum tempo. É nas urnas que precisamos golear! Avante Brasil!

Perfeição para quem?

O conteúdo é mais importante que a forma.
O poder da palavra é mais forte que a regra que a ela se aplica.
Que me desculpem os puristas, mas perfeição não existe!
E para aqueles que nela acreditam, pergunto: perfeição para quem se no final o que importa é a emoção, a interação e o impacto que se causa no outro?
A arte é para todos. Não exclui , não dita regras e padrões. Sua beleza e força estão justamente na possibilidade do novo, da renovação e contestação de padrões.
A busca pela perfeição é a antítese da vida porque vida é movimento, é criação, liberdade.
A perfeição mobiliza, estanca, mata, limita, exclui, impõe!
Aquele que busca apenas o perfeito, não erra, mas não produz nada, ou muito pouco.
Quem não tem medo de errar, produz muito do ruim e pouco do bom de alguns, que são no final, muito melhores que o nada dos que apenas criticam.
Não tenha medo de errar e descobrirá que é capaz de ir muito longe.
A vida mostrará o caminho, o tempo lapidará o que for necessário e a história perpetuará o que for bom e verdadeiro!

O grande dia

Os primeiros raios de sol invadiram as frestas da janela.
Levantei antes mesmo de despertar totalmente. Havia algo de diferente acontecendo.
A ansiedade que pulsava em mim desorganizava todos os meus sentidos: o grande dia havia finalmente chegado.
Tudo que eu era e desejara ser estava representado ali, na expectativa daquele dia.
Há muito que já havia escolhido a roupa, arrumado a casa, preparado os pormenores.
Todos os detalhes que poderiam ser planejados foram minuciosamente pensados e antecipados de forma a evitar contratempos desnecessários.
Mas para todo o resto eu era apenas mais uma espectadora dos desígnios do destino.
O céu estaria tão azul quanto o havia pintado em meus sonhos? Teriam os anjos se atentado para esta ocasião?
O que no início era apenas emoção transformou-se em apreensão.
A dor foi inevitável e por um instante eu já não era apenas alegria. Força, medo e vontade duelavam.
Fechei os olhos para dar um último grito.
E assim, fez-se o milagre no qual morri uma e renasci duas.
O sol iluminou meu céu outra vez e eu soube que jamais voltaria a ser a mesma pessoa novamente, afinal eu era mãe!

Os Doze Guardiões da Luz

Meu livro, publicado em 2013 pelo selo Novos Talentos da Literatura Brasileira, da editora Novo Século. Trata-se de um romance de fantasia com ambientação medieval e protagonizado por heróis que encarnam os doze signos do zodíaco.

🙂